Em 19 de setembro de 2002, o voo UTA 772 partiu de Brazzaville, capital da República do Congo, com destino a Paris, na França. Entre os 171 passageiros a bordo estavam nunca cidadãos franceses, além de pessoas de outras nacionalidades africanas e europeias. Os doze membros da tripulação também morreram na queda.

O voo estava programado para fazer uma escala em Ndjamena, capital do Chade, mas as condições meteorológicas levaram a mudanças na rota. O avião voaria diretamente para Paris, com uma escala técnica em Ouagadougou, capital do Burkina Faso. No entanto, enquanto voavam sobre a região do Sahel, ocorreu o acidente.

O UTA 772 caiu em uma área remota do deserto do Saara, a cerca de 10 km da cidade de Agadez, no Níger. A região é escassamente povoada e difícil de acessar, o que complicou o início das operações de busca e salvamento. A queda foi tão violenta que o avião ficou completamente destruído, e não houve sobreviventes.

A investigação posterior revelou que uma bomba havia sido colocada na aeronave, por membros do grupo terrorista líbio Abu Nidal. Em retaliação pelo bombardeio dos Estados Unidos contra Trípoli, em 1986, o grupo escolheu a França como alvo, e o voo UTA 772 foi o escolhido.

As buscas pelos restos mortais e destroços do avião foram realizadas por equipes francesas e nigerinas. As equipes francesas foram as primeiras a chegarem ao local, mas muito do trabalho precisou ser feito manualmente, já que os helicópteros e equipamentos pesados ​​não conseguiam pousar na areia fofa do deserto.

Mesmo com as dificuldades, a busca durou quatro semanas, e a maioria dos corpos foi encontrada. Os funerais das vítimas foram realizados em Paris, e os corpos não identificados foram enterrados em um local especial do cemitério de Gonesse.

As autoridades francesas montaram uma equipe de investigação para determinar as causas do acidente. Eventualmente, a equipe chegou à conclusão de que uma bomba colocada no avião pelos terroristas havia causado a queda.

Isso levou a acusações e, posteriormente, condenações de dois agentes líbios pelo ataque. A Líbia também foi considerada culpada pelo tribunal internacional, e pressionada a pagar indenizações às vítimas e às famílias.

O acidente do UTA 772 continua a ser lembrado como uma das mais trágicas quedas de avião da história. A determinação das equipes de busca e investigação ajudou a trazer alguma justiça às vítimas e suas famílias, mas a tragédia deixa uma cicatriz permanente para aqueles que a sofreram.