Crash é um livro que gera intensa discussão por ser um relato perturbador e transgressor, que explora a insana necessidade humana por estímulos cada vez mais violentos. A obra narra as histórias de um grupo de pessoas que buscam prazer sexual por meio de acidentes de carro.

O primeiro personagem que se destaca é James Ballard, narrador do livro. Ele é um respeitável produtor de televisão, casado e com um filho, mas que procura outra forma de viver. Após sofrer um acidente de carro que o levou a conhecer Vaughan, o líder do grupo de pessoas que possui essa estranha fascinação pela cola os acidentes, James começa a participar ativamente das sessões e, assim, descobrirá um novo mundo que até então não conhecia.

Vaughan é outro personagem importante de Crash. Ele é descrito como um indivíduo perturbado e é quem organiza as missões para capturarem acidentes. Ele é uma das peças chave do grupo, contagiando os demais com suas ideias sombrias.

Catherine é a companheira de Vaughan e é muito querida por ele. Ela é muito diferente do homem que tem como parceiro, pois é desprovida de tendências sádicas, mas tem um papel fundamental no grupo. É a pessoa responsável por encontrar locais para os acidentes e também é uma grande admiradora das habilidades de Vaughan como piloto.

Helen Remington é uma mulher que sofre um acidente ao lado de seu marido, no início da obra. Ela tenta matar-se duas vezes, mas não consegue. É uma pessoa fragilizada e a partir deste primeiro acidente, ela se relaciona com James. Eles acabam tendo um caso e, em uma das cenas mais perturbadoras da obra, ambos se envolvem em um acidente proposital.

De toda forma, Crash é uma obra intensa e impactante, que além de retratar a sociedade pós-moderna, questiona nossa moral e valores. A loucura dos personagens nos leva a pensar no significado da existência humana e a tentativa de encontrar sentido no vazio. A obra é uma reflexão sobre a relação do homem com a tecnologia e o prazer. Ela nos mostra que em um mundo buscado a sensação de prazer imediato, qualquer coisa pode se tornar um objeto de fetiche. Crash é uma obra que não deve ser lida pensando somente em seu aspecto literário, mas sim refletir sobre o que significa estar viva em uma sociedade em que tudo é relativo.